Eu sempre fico nostálgica enquanto estou viajando. Coloco o fone de ouvido, seleciono minhas músicas prediletas e as ouço no último volume. Até que meus tímpanos rompam e eu entre em orgasmo ouvindo aquelas músicas. Sim, é só um modo de falar.
   Durante a viagem de volta para atual residência, fiquei pensando em tudo o que eu venho vivendo. Venho percebendo que estou sendo bastante otária, coisa que eu jurei, há alguns anos, que nunca mais seria. Além disso, ao invés de ter fechado totalmente meu coração, como havia dito, eu dei abertura para que uma pessoa entrasse nele com a promessa de que tudo seria diferente dessa vez. E tudo foi a mesma coisa. E olha o dano que causou.
Da última vez, demorei tempo suficiente só para tentar arrumar a bagunça que ficou aqui dentro. Não foi fácil. Toda ve...z eu via aquela sujeira que ficava no território. E parecia que nada fazia com que aquilo passasse e ficasse puro novamente.
    Tenho em mente que já passei da época de acreditar em contos de fadas, por mais que eu ainda esteja atravessando metade dos meus dezessete anos. Talvez porque eu também nunca tenho acreditado nisso realmente.
    Hoje, ao ouvir a minha músicas predileta, tive mais uma reflexão que me trouxe uma vontade de seguir em frente, de lutar contra o que eu acho que está errado, de tentar filtrar essas tristezas e substituir amores. Acho que usei o verbo errado, não substituir, mas subtrair.
E é assim que eu vou passar a viver. Ou, pelo menos, tentar. Não gosto muito de alimentar promessas falsas se não sei se realmente as irei cumprir. Mas esse será o meu desafio diário: deixar de procurar por você nas redes sociais, fingir que não o vejo online, desviar o olhar quando você passar. Até que, um dia, eu seja capaz de fazer isso sem forçar.

Escrito por Andreza Alves.
 
Achei que o meu texto de hoje deveria ser mais especial. O primeiro assunto que vem a mente é: mãe.

Eu sempre tive muito orgulho da minha mãe. Claro, eu confesso, por diversas vezes tive brigas, com ela, por motivos mais do que ridículos. Eu aprendi a dar mais valor.
Talvez porque eu veja que, com essa mudança de cidade para estudar, muita gente está longe de sua mãe e eu posso imaginar como isso deve ser difícil. Eu sei que muitos hoje não têm a sua mãe do lado para comemorar este dia das mães. E eu, privilegiada, tenho a minha mãe todos os dias do meu lado.
Passei a dosar mais as minhas palavras. É instinto meu, mas eu consigo ser tão insensível em algumas vezes. Só que vê-la, ao meu lado, sempre, me fez crer que eu preciso ser aquela filha que ela sonhou quando eu ainda era um pequeno grãozinho dentro da sua barriga. Mesmo sem ter nascido, eu lembro quando ela profetizava sonhos enquanto eu ainda nem sonhava com esse mundo de hoje. Ela me amou desde o instante em que me fez. E hoje eu quero ser apenas um pouco capaz de retribuir tudo o que ela faz por mim todos os dias. Até os pequenos detalhes.
Quando eu senti frio, ela preferiu tirar a blusa dela e me dar para que eu não ficasse doente. Quando eu senti fome, ela deixou de comer aquele alimento para que eu pudesse ficar com a barriga cheia e dormisse feliz. Só eu sei de quantos sacrifícios ela foi capaz de vencer só para eu ter um bom estudo. E é por isso que eu tenho toda essa dedicação, é por isso que eu estudo tanto para poder dar um futuro melhor para ela.
Quem tem a sua mãe perto, por favor, ame-a. Cultive-a. Um dia, vocês sentirão muita falta. Eu vejo minha mãe falando sobre como seria mãe ter a sua mãe junto com ela neste dia. Eu vejo a dor, em seus olhos, quando ela diz que esse dia só vale a pena porque eu existo, porque dói demais perder uma mãe.
Cuidem bem da mãe de vocês e, não só hoje, demonstrem o carinho que ela dá a vocês.
Mães são anjos sem asas.




Andreza Alves.