Atualmente, tem-se abordado muito o significado de "stalkear". Como muitos memes engraçados, parece que esse palavreado realmente virou moda entre os usuários de redes sociais como o Twitter, o Facebook, o Tumblr, e por aí vai.
Stalkear, em sua mais ampla variedade de significados, significa: "Ato de perseguir virtualmente uma pessoa, lendo recados, analisando cada coisa de cada rede social que a vítima possui, vendo TUDO o que ela faz na internet". Então, pode-se dizer que stalkear é quase uma psicose.
Porém, muitos dos jovens, hoje em dia, caíram na tentação de fuçar ou stalkear toda a vida da pessoa através de suas redes sociais. Algumas pessoas são capazes de ficar por um dia inteiro vasculhando detalhes da vida pessoal de outra pessoa.
Além de ser invasor, isso acaba não fazendo bem para quem pratica o ato de stalkear. Quantas vezes nós procuramos tanto por alguma coisa, acabamos a encontrando e nos deprimindo. Já dizia um velho ditado: "Quem procura, acha". Havia lido, certa vez, que stalkear era como enfiar uma estaca no coração lentamente. Você procura pistas e é capaz de seguir os rastros da pessoa. Seja o que ela disse para algum amigo ou seguidor no twitter e, a partir dali, montar cenários e imaginar o que cada frase daquela quer dizer.
Eu digo, de forma ampla e profunda sobre isso, porque já fui muito vítima dessa ação. Vítima mesmo. A pessoa que pratica o "stalkear" acaba sofrendo e pode até despertar sintomas de depressão. Imagine gostar muito de alguém, procurar todas as suas redes sociais e vasculhar cada frase sua, cada post só para saber o que essa pessoa tem vivido, se tem saído com alguém, se gosta de outra pessoa. E daí, de repente, você acaba descobrindo coisas que não fazem bem a você. Só que você não quer parar. Quanto mais machucar, mais você acha que tem direito de seguir em frente e saber mais sobre a vida de tal pessoa. E faz aquela promessa: "só mais uma stalkeada", o que claro, que nunca é a última.
Hoje em dia, eu luto todos os dias para não stalkear uma certa pessoa. Um garoto que eu gosto muito. Já me machuquei demais, era uma automutilação procurar vestígios de coisas que, eu tinha certeza, não me fariam nada bem. Eu sofri bastante (e ainda sofro).
Mas, a cada dia, eu imponho um desafio a mim mesma: não o stalkear, e sim, ser feliz.

Escrito por Andreza Alves.
 
   Eu sempre fico nostálgica enquanto estou viajando. Coloco o fone de ouvido, seleciono minhas músicas prediletas e as ouço no último volume. Até que meus tímpanos rompam e eu entre em orgasmo ouvindo aquelas músicas. Sim, é só um modo de falar.
   Durante a viagem de volta para atual residência, fiquei pensando em tudo o que eu venho vivendo. Venho percebendo que estou sendo bastante otária, coisa que eu jurei, há alguns anos, que nunca mais seria. Além disso, ao invés de ter fechado totalmente meu coração, como havia dito, eu dei abertura para que uma pessoa entrasse nele com a promessa de que tudo seria diferente dessa vez. E tudo foi a mesma coisa. E olha o dano que causou.
Da última vez, demorei tempo suficiente só para tentar arrumar a bagunça que ficou aqui dentro. Não foi fácil. Toda ve...z eu via aquela sujeira que ficava no território. E parecia que nada fazia com que aquilo passasse e ficasse puro novamente.
    Tenho em mente que já passei da época de acreditar em contos de fadas, por mais que eu ainda esteja atravessando metade dos meus dezessete anos. Talvez porque eu também nunca tenho acreditado nisso realmente.
    Hoje, ao ouvir a minha músicas predileta, tive mais uma reflexão que me trouxe uma vontade de seguir em frente, de lutar contra o que eu acho que está errado, de tentar filtrar essas tristezas e substituir amores. Acho que usei o verbo errado, não substituir, mas subtrair.
E é assim que eu vou passar a viver. Ou, pelo menos, tentar. Não gosto muito de alimentar promessas falsas se não sei se realmente as irei cumprir. Mas esse será o meu desafio diário: deixar de procurar por você nas redes sociais, fingir que não o vejo online, desviar o olhar quando você passar. Até que, um dia, eu seja capaz de fazer isso sem forçar.

Escrito por Andreza Alves.
 
Sonhei com você. Acordei, durante a madrugada, no relance de querer que tudo voltasse a ser como foi há um tempo atrás. Admira-me a forma com a qual o tempo escorreu por entre meus dedos. Eu sabia que, com a virada de um ano para outro, tudo mudaria de forma radical, mas eu não imaginava que seria tão bruscamente assim. Eu ainda tinha a ilusão de vê-lo em pouco tempo. Casualmente, meramente ocasional.
Mas não. Parece que você fugiu de mim. Eu não fui capaz de trazer você para um pouco mais perto de mim, ou melhor, eu não tive a capacidade de fazer com que você criasse raízes ao meu lado. Ocasionalmente, encontro-me pensando em você. Lembrando do seu sorriso; daquele seu perfume diferencial que me deixava louca; daquela sua boca que praticamente saltava ao encontro da minha quando íamos nos beijar. Em alguns momentos, a saudade é tanta que eu sinto seus dedos dedilhando o meu corpo, eu sinto o colar do meu corpo no seu e o encontro de nossas respirações.
Esse não é o relato de uma apaixonada. Mas aqui fica uma prova da saudade que sinto de estar com você, a saudade daquele perigo que nós corríamos só para nos encontrar em um lugar tranquilo, que absolutamente ninguém pudesse nos ver. Ninguém tinha nada a ver com a nossa vida, mas para quê fins levantar suspeitas? Eu sei que nosso olhar entregava o que acontecia entre nós. Aquela atração fatal de nossos corpos em chama.
Mas, além de tudo isso, também ausencia aquela sua forma carinhosa de me tratar. O modo com o qual você reparava na minha mudança de visual ou na cor do meu esmalte. Aquele jeito de dizer coisas alegres e bonitas que só você tinha.
Você podia ser assim com outras garotas, mas eu sabia que, perto de você, eu tinha o meu lugar. Que, quando eu chegasse em sua frente, você me agarraria pela cintura e me daria um abraço de tirar a respiração. Hoje, eu escrevo tudo isso, rememorando minha lembrança e sentindo você em mim. Levemente, eu ainda posso sentir o seu perfume no ar. A saudade daquilo que não foi.

Andreza Alves
 
Acordei com uma vontade de deixar todas as coisas chatas de lado. Parar com essas regras que são impostas, deixar de fazer tudo da forma correta na hora certa. Por que não errar um pouco se é assim que se aprende? Pensei e repensei. Talvez esse não seja o meu jeito de viver a vida. Eu gosto de seguir meus próprios paramêtros.
Estou cansada da mesma rotina de sempre. Preciso mudar os móveis de lugar só para ter a noção de cinética. Saber que estou na mesma situação, há tempos, desestabiliza-me. E é assim que realmente deve ser. Começar pelo pouco. Mudar os móveis de lugar, jogar aquelas coisas que eu nem uso mais fora, deixar de ficar rememorando tanto o passado para viver o presente, e melhor, começar a repensar na minha ideia de futuro.
Quem muito se prende ao que já foi, não vive o que está vindo, não vive o que já vai. A vida é esse constante ciclo, e eu preciso aprender a acostumar-me a saber separar as coisas, saber mudar um pouco. Nem que seja só mudar a fórmula que eu usarei para fazer aquele exercício de física. Começando pelos poucos faz-se a diferença. E, no final, eu vou filtrando essas mudanças e separando os resíduos que sobraram daquela pessoa monótona que eu fui um dia.


Andreza Alves