De uma hora para outra, você resolve achar que já o esqueceu. Sai vivendo sua vida, não pensa mais no passado; tenta esquecer das lembranças, que, na verdade, são inesquecíveis; procura apaixonar-se por outra pessoa, enganando a si mesma. Mas já dizia Clarice Lispector, ”às vezes, a vida volta”. E por um mínimo pretexto,seu coração volta a bater compulsivamente pela mesma pessoa, suas pernas bambeiam e você treme com sua voz. Parece que tudo que lhe faz feliz resume a essa pessoa, que a alguns meses atrás você dizia ter esquecido. Talvez o amor tenha adormecido,ou talvez,você tenha escondido por debaixo de “panos quentes” um forte e avassalador amor. Foi marcante, tudo o que foi vivido, todas as palavras ditas, todos os beijos e carícias trocadas tiveram grande significado, se não para você, para mim. E em meio a noite fria e escura, eu imagino você ao meu lado, o seu toque em meus cabelos e seus beijos que me tiravam do mundo.
Sabe quando parece que seu mundo parou? Era exatamente isso. Estar com você sempre teve esse significado, sentia-me como nunca havia sentido antes, eu quase que flutuava e os problemas não existiam. Hoje, eu sinto muito a sua falta, é como uma perda de parte do meu coração, não ter você aqui perto de mim e envolvendo-me em seus braços, dizendo palavras que fizessem-me sentir a única e a mais especial mulher do mundo. Poderia ser ilusão, talvez fosse mesmo, mas o importante era quem eu me sentia e o que eu sentia, algo que ninguém é capaz de entender ou discutir. Tenho certeza de que eu ainda gosto de você e, para dizer a verdade, não é nem um gostar, é um precisar, quase que sinônimo de amar.
Eu desejava mais do que tudo, eu trocaria tudo o que tenho para ter os seus longos e contínuos abraços, incomparáveis e intermináveis beijos que me faziam perder o ar. Você me parece vital. E, quem sabe um dia, possamos encontrar-nos e repetir tudo o que já foi dito, tudo o que já foi feito e tudo o que foi especial. São essas lembranças que fazem com que eu permaneça viva. Eu precisava de você novamente, pois, se não foi importante para você, tenha certeza que foi importante para mim.

Andreza Alves
Ps: Texto escrito no final de 2010.
 

Você ali, eu cá. A mínima e, ao mesmo tempo, exagerada distância coexistindo entre nós.
Nunca me disseram o que devo fazer quando sinto saudades do seu olhar, daquele seu sorriso meio sem jeito. Não tenho para onde correr, não sei mesmo o que fazer.
Parece que você continua sendo um vício e eu não consigo desconectar-me de você. Tenho vontade de chorar bem no seu colo, abraçá-lo e beijá-lo até que o céu se rompa sobre nós. São os meus desejos mais ocultos, inadiáveis e talvez irrealizáveis. Será que este último advérbio existe? Nem eu sei. Mas que seja. No que isso importa quando preciso falar do sentimento? Falar dessa loucura que sinto por você. Tenho vontade de trazê-lo, para perto de mim, sem que você possa sair. A ideia não é que você seja só meu. Amor é mais do que isso, é liberdade para locomover-se e conhecer outras pessoas. Amor mesmo é aquela tremedeira gostosa que a gente sente quando está perto. E mesmo que não seja correspondido, é sempre uma delícia sentir aquele incômodo de estar perto de você, de não ter a palavra certa a dizer, é não conseguir manter uma conversa por muito tempo até que o silêncio comece a perdurar.
Eu já disse milhares de vezes: eu faria qualquer coisa para colar seus lábios junto aos meus. Eu tentaria mover o mundo só para tentar provar que o sentimento que existe, aqui dentro do peito, é verdadeiro e não que também não importa se seja recíproco.
É melhor morrer sem ser amada do que morrer sem amar.


Andreza Alves.
 
Estou cansada desse papinho de que tudo irá melhorar. Estranho que eu esteja dizendo isso, até porque possuo, dentro de mim, um sentimento vivo de positividade. Gosto muito de pensar que o melhor irá acontecer do que ter que pensar que as coisas não darão certo. Certa vez, li um livro que dizia que tudo acontece conforme a lei da atração. É aquela velha ideia de que você atrai o que transmite, e é verdade.
Só que hoje eu quis deixar tudo de lado. Deixar de preocupar-me com o que irá acontecer amanhã, deixar de pensar no ontem, parar de sofrer calada. Eu quis liberar o que existe dentro de mim, tanto as coisas boas quanto as ruins. Que se foda o que aquela pessoa está pensando da roupa que estou usando neste exato momento. Pouco importa-me se o esmalte da minha unha está desbotado ou se o meu cabelo está zoado. Mulher de verdade também possui os seus momentos de relaxo, são ossos do ofício.
Pois bem. Só por hoje, eu parei de pensar em você. Eu tirei o meu coração, insistente em pulsar desesperadamente por você, e o guardei naquele cantinho da gaveta, para que só amanhã ele pudesse retornar ao meu peito. Eu deixei você ali reservado para amanhã.
Hoje não. Não quero estresse, não quero sofrimento, não quero falta de amor. Não quero você. Hoje eu quero eu. Sou eu, e não mais nós dois.
Hoje eu quero a liberdade de poder ser e viver do jeito que sou.
 
Sonhei com você. Acordei, durante a madrugada, no relance de querer que tudo voltasse a ser como foi há um tempo atrás. Admira-me a forma com a qual o tempo escorreu por entre meus dedos. Eu sabia que, com a virada de um ano para outro, tudo mudaria de forma radical, mas eu não imaginava que seria tão bruscamente assim. Eu ainda tinha a ilusão de vê-lo em pouco tempo. Casualmente, meramente ocasional.
Mas não. Parece que você fugiu de mim. Eu não fui capaz de trazer você para um pouco mais perto de mim, ou melhor, eu não tive a capacidade de fazer com que você criasse raízes ao meu lado. Ocasionalmente, encontro-me pensando em você. Lembrando do seu sorriso; daquele seu perfume diferencial que me deixava louca; daquela sua boca que praticamente saltava ao encontro da minha quando íamos nos beijar. Em alguns momentos, a saudade é tanta que eu sinto seus dedos dedilhando o meu corpo, eu sinto o colar do meu corpo no seu e o encontro de nossas respirações.
Esse não é o relato de uma apaixonada. Mas aqui fica uma prova da saudade que sinto de estar com você, a saudade daquele perigo que nós corríamos só para nos encontrar em um lugar tranquilo, que absolutamente ninguém pudesse nos ver. Ninguém tinha nada a ver com a nossa vida, mas para quê fins levantar suspeitas? Eu sei que nosso olhar entregava o que acontecia entre nós. Aquela atração fatal de nossos corpos em chama.
Mas, além de tudo isso, também ausencia aquela sua forma carinhosa de me tratar. O modo com o qual você reparava na minha mudança de visual ou na cor do meu esmalte. Aquele jeito de dizer coisas alegres e bonitas que só você tinha.
Você podia ser assim com outras garotas, mas eu sabia que, perto de você, eu tinha o meu lugar. Que, quando eu chegasse em sua frente, você me agarraria pela cintura e me daria um abraço de tirar a respiração. Hoje, eu escrevo tudo isso, rememorando minha lembrança e sentindo você em mim. Levemente, eu ainda posso sentir o seu perfume no ar. A saudade daquilo que não foi.

Andreza Alves
 
Acordei com uma vontade de deixar todas as coisas chatas de lado. Parar com essas regras que são impostas, deixar de fazer tudo da forma correta na hora certa. Por que não errar um pouco se é assim que se aprende? Pensei e repensei. Talvez esse não seja o meu jeito de viver a vida. Eu gosto de seguir meus próprios paramêtros.
Estou cansada da mesma rotina de sempre. Preciso mudar os móveis de lugar só para ter a noção de cinética. Saber que estou na mesma situação, há tempos, desestabiliza-me. E é assim que realmente deve ser. Começar pelo pouco. Mudar os móveis de lugar, jogar aquelas coisas que eu nem uso mais fora, deixar de ficar rememorando tanto o passado para viver o presente, e melhor, começar a repensar na minha ideia de futuro.
Quem muito se prende ao que já foi, não vive o que está vindo, não vive o que já vai. A vida é esse constante ciclo, e eu preciso aprender a acostumar-me a saber separar as coisas, saber mudar um pouco. Nem que seja só mudar a fórmula que eu usarei para fazer aquele exercício de física. Começando pelos poucos faz-se a diferença. E, no final, eu vou filtrando essas mudanças e separando os resíduos que sobraram daquela pessoa monótona que eu fui um dia.


Andreza Alves