Tirei uns dias fora. Viajei. Desliguei o celular e esqueci o notebook propositalmente. Não queria nada. Nada que me fizesse distrair a atenção para lembrar-me de você. Quis fazer de tudo para apagar a oportunidade de tornar a elevar meu pensamento a você.
        De um dia para o outro, decidi mudar. Quis ser independente, quis ser mais eu. Eu merecia o meu próprio espaço. Dezessete anos na cara. Momento de começar a me virar sozinha, de quebrar a cara e levantar sem pestanejar. Só assim para aprender o quanto a vida é dura, porém, prazerosa.
        E, durante todo esse tempo longe de você, eu descobri um outro amor. O amor próprio. Eu descobri que não precisava ficar me lamentando por causa de alguém que não me ama da mesma forma. Eu aprendi a ver as coisas de uma maneira diferente. E quer saber? Acho que toda essa mudança espontânea fez com que eu enjoasse você.
        Talvez até tenha uma recaída por aí. Você sabe, a carne é fraca. Mas o sentimento puro que eu sentia, ah, esse já foi por água a baixo.


Escrito por Andreza Alves.
 
Hoje, durante o dia inteiro, eu fiquei com vontade de te xingar. Desde o início, eu sabia que não poderia (e nem deveria) cobrar nada de você. Você, diretamente, nunca me deu esperanças - mesmo que eu soubesse, por outras pessoas, que você dava. Não é fácil. Acordei com vontade de fazer uma faxina na minha vida. E, talvez, eu deveria começar por você. Excluí-lo de minhas redes sociais, deletar o seu celular da minha agenda telefônica - mesmo que não tenha sido você a pessoa a me dar o número. Deveria ignorá-lo. Fugir de seus sorrisos, de suas conversas, das oportunidades de te encontrar por aí. Deveria sumir do mapa. Antes disso, eu deveria chamar você no facebook e dizer muitas verdades. Dizer o quanto você me magoou durante todo esse tempo. Mesmo que você não tivesse feito nada diretamente. Eu senti vontade de xingá-lo de todos os nomes só por, inconscientemente, despertar o amor de alguém. Mas quão ruim eu seria a ponto de culpá-lo por algo que você não tem culpa? E nem eu tenho. E, todos os dias, eu procuro colocar isso em minha cabeça. Eu não tive culpa de me apaixonar por você, e você também não teve culpa de despertar esse amor em mim. Mas custava você ser um pouco mais generoso? Que não chegasse diretamente a mim e me desse um beijo. Não é isso que estou pedindo, até porque, você tem todo o direito de querer ou não ficar com quiser. Talvez você nunca queira ficar comigo. Eu não posso culpá-lo por isso, pois é um direito de ir e vir de cada um. Mas eu deveria culpá-lo pela omissão. Pela covardia de fugir quando eu quis conversar civilizadamente com você. Eu deveria xingá-lo de todas as formas por você ter fingido ter se importado quando eu disse que gostava de você. Eu deveria ter raiva de você. E, confesso, às vezes, tenho. Mas essa raiva é tão momentânea, não capaz de durar por mais de meia hora. Eu olho para trás e vejo que você também não tem culpa do que eu estou sentindo, e eu não posso forçá-lo a ficar comigo ao menos uma vez ou pedir para que goste de mim. De forma alguma. Mas, acredite, se eu tivesse a oportunidade suficiente, o meu pedido seria para que me ouvisse. O meu pedido seria para que pudesse compreender e ter uma conversa de forma civilizada, sem fugir das questões e dos problemas que me assolam. Eu só pedi para que você me ouvisse, para que tentasse entender o quanto é difícil guardar isso só para mim. Eu achei que não seria certo esconder de você um sentimento que você também era capaz de saber. Mas já me diziam: “quem resolve demonstrar os seus sentimentos, só se ferra”. Verdade. Você é capaz de abrir-se, de demonstrar os seus sentimentos em troco de nada, apenas esperando que a outra pessoa seja madura demais a ponto de entender, de aceitar, de querer conversar, de colocar os pingos nos is. Mas você se frusta ao pensar que a outra pessoa não era como você pensou. Não era madura o suficiente para ser capaz de conversar. Eu não quero que você leia este texto, até porque eu sei que você nunca ia se interessar em ler e, mesmo se lesse, todas essas palavras daqui não mudariam em nada na sua vida. Egoísmo seu? Já não me importa. O que realmente importa é que, mesmo com todos esses seus defeitos, mesmo com todo esse problema que recai somente por cima de mim, eu não consigo excluí-lo de minhas redes sociais, eu não consigo parar de fazer projeções para que, um dia, eu possa vê-lo. Isso me machuca. Mesmo com todo esse conflito dentro de mim, eu tenho certeza de que se pudesse fazer um pedido agora, pediria você. Ou melhor, pediria para que você fosse um pouco mais valente a ponto de chegar e conversar comigo.




Escrito por Andreza Alves.
 
Atualmente, tem-se abordado muito o significado de "stalkear". Como muitos memes engraçados, parece que esse palavreado realmente virou moda entre os usuários de redes sociais como o Twitter, o Facebook, o Tumblr, e por aí vai.
Stalkear, em sua mais ampla variedade de significados, significa: "Ato de perseguir virtualmente uma pessoa, lendo recados, analisando cada coisa de cada rede social que a vítima possui, vendo TUDO o que ela faz na internet". Então, pode-se dizer que stalkear é quase uma psicose.
Porém, muitos dos jovens, hoje em dia, caíram na tentação de fuçar ou stalkear toda a vida da pessoa através de suas redes sociais. Algumas pessoas são capazes de ficar por um dia inteiro vasculhando detalhes da vida pessoal de outra pessoa.
Além de ser invasor, isso acaba não fazendo bem para quem pratica o ato de stalkear. Quantas vezes nós procuramos tanto por alguma coisa, acabamos a encontrando e nos deprimindo. Já dizia um velho ditado: "Quem procura, acha". Havia lido, certa vez, que stalkear era como enfiar uma estaca no coração lentamente. Você procura pistas e é capaz de seguir os rastros da pessoa. Seja o que ela disse para algum amigo ou seguidor no twitter e, a partir dali, montar cenários e imaginar o que cada frase daquela quer dizer.
Eu digo, de forma ampla e profunda sobre isso, porque já fui muito vítima dessa ação. Vítima mesmo. A pessoa que pratica o "stalkear" acaba sofrendo e pode até despertar sintomas de depressão. Imagine gostar muito de alguém, procurar todas as suas redes sociais e vasculhar cada frase sua, cada post só para saber o que essa pessoa tem vivido, se tem saído com alguém, se gosta de outra pessoa. E daí, de repente, você acaba descobrindo coisas que não fazem bem a você. Só que você não quer parar. Quanto mais machucar, mais você acha que tem direito de seguir em frente e saber mais sobre a vida de tal pessoa. E faz aquela promessa: "só mais uma stalkeada", o que claro, que nunca é a última.
Hoje em dia, eu luto todos os dias para não stalkear uma certa pessoa. Um garoto que eu gosto muito. Já me machuquei demais, era uma automutilação procurar vestígios de coisas que, eu tinha certeza, não me fariam nada bem. Eu sofri bastante (e ainda sofro).
Mas, a cada dia, eu imponho um desafio a mim mesma: não o stalkear, e sim, ser feliz.

Escrito por Andreza Alves.