Hoje, durante o dia inteiro, eu fiquei com vontade de te xingar. Desde o início, eu sabia que não poderia (e nem deveria) cobrar nada de você. Você, diretamente, nunca me deu esperanças - mesmo que eu soubesse, por outras pessoas, que você dava. Não é fácil. Acordei com vontade de fazer uma faxina na minha vida. E, talvez, eu deveria começar por você. Excluí-lo de minhas redes sociais, deletar o seu celular da minha agenda telefônica - mesmo que não tenha sido você a pessoa a me dar o número. Deveria ignorá-lo. Fugir de seus sorrisos, de suas conversas, das oportunidades de te encontrar por aí. Deveria sumir do mapa. Antes disso, eu deveria chamar você no facebook e dizer muitas verdades. Dizer o quanto você me magoou durante todo esse tempo. Mesmo que você não tivesse feito nada diretamente. Eu senti vontade de xingá-lo de todos os nomes só por, inconscientemente, despertar o amor de alguém. Mas quão ruim eu seria a ponto de culpá-lo por algo que você não tem culpa? E nem eu tenho. E, todos os dias, eu procuro colocar isso em minha cabeça. Eu não tive culpa de me apaixonar por você, e você também não teve culpa de despertar esse amor em mim. Mas custava você ser um pouco mais generoso? Que não chegasse diretamente a mim e me desse um beijo. Não é isso que estou pedindo, até porque, você tem todo o direito de querer ou não ficar com quiser. Talvez você nunca queira ficar comigo. Eu não posso culpá-lo por isso, pois é um direito de ir e vir de cada um. Mas eu deveria culpá-lo pela omissão. Pela covardia de fugir quando eu quis conversar civilizadamente com você. Eu deveria xingá-lo de todas as formas por você ter fingido ter se importado quando eu disse que gostava de você. Eu deveria ter raiva de você. E, confesso, às vezes, tenho. Mas essa raiva é tão momentânea, não capaz de durar por mais de meia hora. Eu olho para trás e vejo que você também não tem culpa do que eu estou sentindo, e eu não posso forçá-lo a ficar comigo ao menos uma vez ou pedir para que goste de mim. De forma alguma. Mas, acredite, se eu tivesse a oportunidade suficiente, o meu pedido seria para que me ouvisse. O meu pedido seria para que pudesse compreender e ter uma conversa de forma civilizada, sem fugir das questões e dos problemas que me assolam. Eu só pedi para que você me ouvisse, para que tentasse entender o quanto é difícil guardar isso só para mim. Eu achei que não seria certo esconder de você um sentimento que você também era capaz de saber. Mas já me diziam: “quem resolve demonstrar os seus sentimentos, só se ferra”. Verdade. Você é capaz de abrir-se, de demonstrar os seus sentimentos em troco de nada, apenas esperando que a outra pessoa seja madura demais a ponto de entender, de aceitar, de querer conversar, de colocar os pingos nos is. Mas você se frusta ao pensar que a outra pessoa não era como você pensou. Não era madura o suficiente para ser capaz de conversar. Eu não quero que você leia este texto, até porque eu sei que você nunca ia se interessar em ler e, mesmo se lesse, todas essas palavras daqui não mudariam em nada na sua vida. Egoísmo seu? Já não me importa. O que realmente importa é que, mesmo com todos esses seus defeitos, mesmo com todo esse problema que recai somente por cima de mim, eu não consigo excluí-lo de minhas redes sociais, eu não consigo parar de fazer projeções para que, um dia, eu possa vê-lo. Isso me machuca. Mesmo com todo esse conflito dentro de mim, eu tenho certeza de que se pudesse fazer um pedido agora, pediria você. Ou melhor, pediria para que você fosse um pouco mais valente a ponto de chegar e conversar comigo.




Escrito por Andreza Alves.



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